10.9.10

Parado à beira da estrada, sentado no asfalto quente: Seguir em frente?
Na minha bagagem só idéias confusas, lembranças de maravilhosas, mágoas, mágoas e mágoas. Carrego também minha podridão; não saberia me virar sem ela. Os viajantes motorizados passam de lá pra cá, de cá pra lá, com suas certezas, metas, objetivos. E eu encostado em minha consciência, esperando, esperando. Se eu ao menos estivesse certo de que rumo você tomou, seria mais fácil pra mim, pois eu tomaria o rumo contrário. Sim, nos encontraríamos hora ou outra; você sabe, é inevitavel. Tomo mais um trago do whisky, companheiro de andanças, olho novamente para os dois lados com olhos de Johnnie Walker: Pra onde diabos você foi? pra onde diabos eu vou? Porra, você nem sequer deixa rastros, migalhas a serem seguidas, uma pista, nada. - O caminho de volta me atrai, aquela cidade de vulcões e terremotos. Eu sempre estarei disposto a voltar lá.
Não sei, não sei. Por hora fico aqui olhando os carros passarem a 120 km/h, sufocando-me com minha bagagem, esperando, esperando.

1 Falaram mais sobre isso:

- Matt Bernstein disse...

wow, dude.
entrei sem muitas pretensões no blog e fui fatalmente surpreendido pelos seus textos. o primeiro me conduziu inevitavelmente ao segundo, que me conduziu ao terceiro e assim sucessivamente até eu terminar todos.

não podia passar sem deixar registrada toda minha admiração pelo que eu li aqui no Bullshit. sucesso sempre, rapaz. continua seguindo em frente.

Mateus