30.11.10

Ei! Tem alguém aí?

Você mora do outro lado da montanha, você mora em outro planeta.
Mesmo assim estamos aqui, agora, sentados no topo que divide nossos vales, olhando pra mesma lua e falando na mesma língua. Não é incrível?
Apesar de todas as nossas diferenças existenciais, encontramos semelhanças nos nossos sentidos, e isso é o que basta pra nos entendermos, entende? É como se você fosse um réptil e eu um mamífero, apesar das diferenças nós evoluímos de uma espéciae, fomos dependentes daquela primeira célula que depois se dividiu e foi dando forma a tudo.
Hoje, enquanto eu viajava pelo espaço, abri a porta da minha nave e gritei: Ei! Tem alguém aí? - Acabei escorregando e caí. Caí no espaço e cheguei até aqui, ou será que eu subi? Não sei. e também não é isso que importa.
Pra você deve ser bem incomum ver um Extra-Terrestre caindo no seu jardim assim de repente. Mas afinal, o que é comum? - Creio que nem mesmo os dias e situações mais banais podem ser ser encaradas como 'normais'. Nenhum dia é igual ao outro. Ou vai me dizer que quando você nasceu o mundo era algo normal?
Não sei quem está sonhando, eu ou você, mas isso é um sonho, e o sonho existe pra preencher o vazio que fica ao perdermos informações que não foram tão úteis assim, mas assim que acordamos novamente, geralmente esses sonhos nos escapam, porque quando abrimos os olhos mais informações já nos vem, e elas são novas porque o dia é novo.

"-Aqui no meu planeta, sempre fazemos reverências à perguntas fascinantes, mas nunca à respostas. Uma resposta nunca merece uma reverência, mesmo que for inteligente e correta. Quando você se inclina, você dá passagem. E a gente nunca deve dar passagem para uma resposta.
- Por que não?
- A resposta é sempre um trecho do caminho que está atrás de você. Só uma pergunta pode apontar o caminho para a frente." (Jostein Gaarder)
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Produzi esse texto pra uma resenha (que foge aos padrões de uma resenha) do Livro do Jostein, no primeiro ano da faculdade, numa terça feira bem fria, durante a aula de filosofia. Apesar de fazer algum tempo e minha escrita tenha mudado um bocado, é um de meus favoritos. E eu quero agradecer ao Jostein por ter escrito esse livro, a biblioteca da Universidade Tuiuti do Paraná por me empresta-lo, meus pais e a professora Sônia, que me ensinaram a ler e escrever.

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