2.2.11

Arroz com Feijão

Meus sorrisos solitários, protagonistas das madrugadas sem luzes acesas, têm dado espaço a outras reações corporais quando teu gosto me vem à mente: Num instante começa vomitar. Lavo o chão do quarto com angústia causadora do mal-estar estomacal. Fede. Fede muito. É muita porcaria misturada: covardia de não mais fazer o que sempre fiz (e quis) e sair correndo quilômetros atrás de um carinho seu; inveja por não mais segurar as mãos que agora outras mãos seguram; incoerência por acreditar que toda a sua podridão só me faz te desejar mais perto. - Essas drogas já passaram do prazo de validade, fazem estragos por serem estragadas, então as vomito. Mas você fica aqui, entalada em minha garganta, pronta pra ser digerida novamente; não deixo você sair, és um mal necessário.

2 Falaram mais sobre isso:

pâற Gαяdєи disse...

Adorei o novo visual do blog e este texto me deixou completamente sem palavras. É incrível a sua forma de expressar o fascínio que sentimos pelas pessoas quando amamos, e o desprezo que resta quando tudo tem um fim.

Recalcado disse...

mas eu nem tenho desprezo quando tudo tem um fim :/

não conscientemente, pelo menos.